AGENDA CULTURAL

3.12.13

Muffatando em Araçatuba

Com investimento de R$ 40 milhões, o Grupo Muffato inaugurou o primeiro hipermercado de Araçatuba e região, consolidando sua expansão no interior do Estado de São Paulo, onde possui duas lojas. Segundo o diretor do Grupo, Ederson Muffato, avançar para o interior paulista é uma das estratégias adotadas, com o objetivo de ampliar a visibilidade da marca nacionalmente e alavancar ainda mais o crescimento da rede no Estado de São Paulo. “Abrir novas unidades em cidades paulistas estão definitivamente em nossos planos futuros, além de continuar expandindo as operações pelo Paraná”. Com essa inauguração, o Grupo soma 45 operações de negócios em 15 cidades brasileiras (PR e SP).

Hélio Consolaro*

Na minha folga, fui muffatar. Ser feliz com a nova classe média em ascendência. Comprar e dar cheque pré-datado para 07 de fevereiro. Croniqueiro num lugar assim, só fica observando, dá significado ao menor gesto. Estou me referindo à recente loja do Hipermercado Muffato inaugurada em Araçatuba-SP

A classe média consolidada não abandona o seu reduto: Pão de Açúcar e Coopbanc. Recentemente, a loja dos Supermercados Rondon do prolongamento da rua do Fico. Isso quando não dá um pulinho até Rio Preto em seus carros de câmbio automático para ir às compras.

Muffato é sobrenome italiano. Como o deste cronista, nada simpático, nada eufônico, se parece com mafagafo. Certamente, o fundador da marca prometeu um dia, quando sofria bullying na escola:

- Vocês vão se ajoelhar diante do sobrenome Muffato!

E a profecia se cumpriu. Em Araçatuba, por exemplo, a moda é muffatar. Nada melhor do que inaugurar uma megaloja diante da primeira parcela do 13.º salário, na soleira das festas de fim de ano.

Apesar de espaço amplo, estacionar não foi fácil. Enfim, achei um vaga... Eu ia empurrando o carrinho para a Helena, minha digníssima, até chegar a hora de passar pelo caixa. Fila enorme, quilométrica. Arrumei logo um jeito de fugir daquela muvuca, das obrigações de marido, pois sou um pobre enjoado.

- Helena, espero você na praça de alimentação...

Primeiro chope. Pus o celular sobre a mesa. Na hora em que ela passar o cartão, o aparelho vai piar. Eu era um sujeito solitário numa mesa defronte à Comida da Vó.

Passa um:

-Oi, tudo bem?

Passa outro:

- Como vai, secretário?   

Copo seco. Pedi outro chope. Muita gente desconhecida passando defronte à minha mesa. Talvez seja gente da região. Ou a velhice esteja me isolando.

Terceiro chope. Eu já estava zonzo, porque tonto, sou desde quando nasci. E nada do celular gritar, denunciando que a esposa havia passado pelo caixa.  “Será que ela abandonou a fila e foi novamente às compras. A se isso aconteceu...”. Não ia ocorrer nada, porque mulher madura fica mandona, não tem mais medo de homem.   

Quarto chope. Estava com medo de sair carregado. Nada de comer, só beber. Opa! O celular gritou... Pela quantia gasta, a Helena curtiu todo o tempo na fila, não foi às compras assim que virei as costas.

De repente, ela chegou com o carrinho. Alguém havia passado mal na fila, por isso a demora. Também, entrou na fila especial...

Assim, comemos ainda alguma coisa da Comida da Vó. Descemos com carrinho e tudo pela rampa volante em busca do estacionamento. Araçatuba está ficando chique, cara!

Muffatar será um verbo muito conjugado neste final de ano. Um verbo de quem acreditou em Araçatuba e no Brasil, um verbo dos novos tempos.


*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP

2 comentários:

Anônimo disse...

Você acertou em tudo, inclusive tirou uma dúvida, eu dizia ser de origem italiana o nome Muffato e os outros diziam ser de origem árabe, ganhei. Disse outra coisa que me incomoda muito...ir às compras em Rio Preto... Podem ir a Birigui, Guararapes, Valparaíso, cidades da região, mas Rio Preto...Tem dó. Agora, Araçatuba ganhou e muito com a belíssima loja Muffato.Seja bem vinda.

HAMILTON BRITO... disse...

Hoje eu e minha neta mufatamos...inté gostei da boia.
Gostei tbem do preço das cervejas...boooommmmmmm.
Pobre é uma desgraça mesmo: aquela escala rolante que desce: quaaaaaaase.
Mas sai ileso. Mufatarei outras vezes