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21.9.14

Lupita Nyong’o: mulher mais bonita do ano - entrevista

Revista Quem

Dona do Oscar de melhor atriz coadjuvante e do título de mulher mais bonita do ano, Lupita, de 31 anos, fez sua estreia, em setembro, como o rosto de uma marca francesa de cosméticos. Nesta entrevista, ela revela seus gostos, convicções e hábitos

Eleita pela revista People como a mulher mais bonita do mundo em 2014, Lupita Nyong’oconquistou destaque internacional após ganhar o Oscar de atriz coadjuvante pelo filme 12 Anos de Escravidão, no qual interpretou a escrava Patsey. Filha de pais quenianos, a atriz nasceu no México, quando a família visitava o país. Ela cresceu na África e estudou na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, onde se formou em artes dramáticas.
Com beleza cativante, conquistou a simpatia de nomes importantes do mundo fashion, como a estilista Miuccia Prada, e passou a ser considerada um ícone de estilo de Hollywood. Já estrelou a campanha de verão da Miu Miu e agora foi escolhida como a primeira atriz negra a representar a luxuosa marca de cosméticos francesa Lancôme – cuja campanha de estreia será divulgada em setembro, com fotos de Mert Alas e Marcus Piggott. Nesta entrevista, a atriz conta que gosta de experimentar roupas, maquiagens e comidas novas, diz que chocolate é seu maior pecado e que, quando está de folga, viaja para lugares onde possa ter contato com a natureza ou passeia pelas ruas do Brooklyn, em Nova York, onde mora.
QUEM:  Você é reconhecida como o novo ícone de estilo de Hollywood. Como descreveria seu jeito de se vestir?
LUPITA NYONG’O: 
 Clássico com toque moderno. Gosto de me vestir com senso de humor e de não me levar muito a sério. Uso roupas que me façam sorrir e adoro tecidos com bom caimento. Também curto experimentar coisas novas.
QUEM:  Você foi nomeada a mulher mais bonita de 2014 pela revista People. Como se sentiu quando ouviu a notícia? Isso a ajuda a se sentir mais confiante?
LN: 
Fiquei totalmente surpresa, lisonjeada e animada. Não podia esperar para contar para o meu irmãozinho (Peter, de 20 anos), cujas reações são sempre exageradas e exatamente aquilo que preciso expressar quando não consigo encontrar minhas próprias palavras. Gritamos muito e fizemos um “toca aqui” virtual. Apesar do título de pessoa mais bonita de 2014 ter me feito sentir mais esteticamente apreciada, não baseio a minha autoconfiança no que o público acha de mim. Eu a baseio nos elos construídos entre mim e as pessoas que conheço e amo. Essa é uma fonte mais sustentável de autoconfiança.
QUEM:  Quem é seu ícone de beleza?
LN:
 (A modelo) Alek Wek é um grande ícone. Ao vê-la nas revistas quando eu era pequena, me reconhecia de uma forma que não tinha conseguido antes. Ela é do Sudão do Sul e tem características físicas como as minhas. E até ela surgir eu nunca havia visto alguém que se parecia comigo e era considerada tão bela pela mídia internacional. Mais: ela era afirmativa e segura de si, como eu sonhava ser. Elizabeth Taylor é outro ícone. Eu amava o fato de o poder e a feminilidade dela não contrastarem entre si. Ela era curvilínea e majestosa, e também confiante, todas qualidades muito bonitas.
QUEM:  Quem são seus estilistas preferidos?
LN: 
Miu Miu e Prada me caem bem e adoro as cores. As roupas da Prada são ousadas, com esquema de cores profundo e rico, enquanto as da Miu Miu são mais divertidas e vivas. Também gosto da marca Suno e de Jonathan Cohen, com suas estampas tão excêntricas e surpreendentes. Osman (Yousefzada, estilista inglês) faz as melhores calças para o meu corpo. Vesti uma na época das premiações e foi a primeira vez em que não precisei fazer acertos.
QUEM:  Você geralmente escolhe tons específicos na maquiagem?
LN: 
Meu relacionamento com maquiagem é semelhante ao que tenho com comida: gosto de experimentar e depende do meu humor. Geralmente, para todos os dias, opto por gloss rosa claro ou ameixa. Em termos de batom, gosto dos tons de terra e vinho. Também curto brincar com cores vivas, como o vermelho, especialmente para o tapete vermelho.
QUEM:  Alguma dica para alguém que está tentando descobrir o próprio estilo?
LN:
 Encontre o que faz você feliz e use. Conheço pessoas que esbanjam estilo e só usam preto, e fazem isso muito bem.
QUEM:  O que você faz para relaxar?
LN: 
Eu me deito, medito, danço.
QUEM:  Quando você quer se esconder, para onde vai?
LN: 
Para o meu apartamento. Moro no Brooklyn e gosto de me distanciar do lugar de trabalho. Adoro os parques, as quitandas, os museus... Os restaurantes são muito atraentes e práticos. Não gosto de ter escolhas demais, como em Manhattan.
QUEM:  Como você gosta de passar as férias?
LN: 
Amo viajar, estar perto de praias, montanhas e florestas porque isso me lembra de quão delicada é a vida. Quando você se dá conta de que ela é algo finito, você a aproveita mais. Tento encontrar a minha família (que mora no Quênia) em algum lugar pelo menos uma vez por ano.

LN: Não. Adoro animais, mas não tenho o desejo de cuidar de um. Elefantes são os meus favoritos. Acho-os fascinantes porque parecem ser de uma época totalmente diferente, e têm memória muito longa. São gigantes gentis. Também adoro girafas. Há um centro de girafas no Quênia, onde pode-se dar comida a elas. Eu até beijei uma. São animais interessantes, nunca conseguem se deitar completamente. A pressão arterial do coração até a cabeça é tão alta que, se elas se deitarem, morrerão.
QUEM:  Que características acha mais atraentes em um homem?  E em uma mulher?
LN: 
Honestidade, humor e camisas bem passadas. Numa mulher, honestidade, humor e unhas limpas.
QUEM:  Em sua opinião, qual é sua maior qualidade?
LN: 
Gosto da minha empatia. O que me move é conseguir sentir empatia por pessoas, animais, qualquer coisa.
QUEM:  Você tem algum pecado?
LN: 
Chocolate. É o meu pecado favorito neste momento. Ele se chama Meiji. É um chocolate amargo japonês. É simplesmente divino: macio, leve... Ai, meu Deus!
QUEM:  Qual é seu filme favorito?
LN: 
Eve’s Bayou (Amores Divididos), dirigido por Kasi Lemmons. Adoro o realismo mágico do filme. Também acabei de assistir a The Lunchbox, dirigido por Ritesh Batra, e não consigo tirá-lo da cabeça. É uma história de amor indiana sóbria e romântica, uma das poucas que dão esperança no amor.
QUEM:  Qual é seu livro de cabeceira?
LN: 
O Profeta, de Khalil Gibran. É um livro de poesia com ótimas lições de vida.
QUEM:  Quem são seus artistas favoritos?
LN:
 Gosto muito de Salvador Dalí. E de Wangechi Mutu, um artista e escultor queniano contemporâneo.
QUEM:  E músicos?
LN:
 Posso ouvir sem parar tanto Asa quanto Adele. Também adoro Bruno Mars e Lorde. Ah, e Snoop Dogg.
QUEM:  Tem um esporte favorito?
LN: 
Diria que o futebol é meu esporte favorito. Mas eu só assisto durante a Copa do Mundo!
QUEM:  O que a cativa?
LN:
 A natureza. Posso passar horas observando cupins trabalhando. Você vê sistemas e mundos que correm paralelamente ao seu. Quando você está em uma praia olhando um caranguejo se mover... É fascinante. É isso que amo na natureza: não há nada duplicado, tudo é único.
QUEM:  O que a mantém motivada?
LN: 
Uma forte e insistente convicção de aproveitar bem o meu tempo, usá-lo sempre da melhor forma possível.
QUEM:  O que você jamais deixaria de lado?
LN: 
O aplicativo WhatsApp no meu telefone. Ele me ajuda a ficar em contato com minha família.

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