AGENDA CULTURAL

19.3.11

Cridão e os japoneses

(Texto de agosto de 1998)
Tim Ussui - empresário de Araçatuba

Euclides Garcia Paes de Almeida. Que nomão, cara! Nome comprido assim já foi chamado de ladrão de cavalo. Nem sei o porquê  dessa associação.

O Cridão, como é conhecido entre os amigos, pesquisa os japoneses, aquele povo de zoinho amendoado, mais bravo que cachorro de japonês. A sua tese de mestrado teve o seguinte título: “Japoneses em Araçatuba: Percurso e Percalços”.

Com certeza, seu trabalho registrará as piadas indecentes sobre nipônicos: as coisas miúdas, xoxota atravessada, japonês com hemorróidas, banho de furô...
Se existem as piadas, há também a boa fama de os japoneses serem gente honesta, persistente e trabalhadora. Pena que muitos deles precisaram voltar ao Japão como dekasseguis, pois fazer a América foi apenas um sonho para muitos.

Eu sempre fui perseguido por japonês. Massamitsu Suguimoto foi meu primeiro patrão, namorei três descendentes da raça, acabei me casando com a Japa.
Cridão já fez tudo na vida, menos aquilo. Claro, o cara é ponta firme, não deixa cair. Foi artista plástico, exilado no Uruguai, de onde trouxe a simpática Mafalda, sua mulher. Muitos o classificam como gênio, alguns, doido. Na verdade, ele é um grande amigo.
Cridão

Sua filha, a Laurita, foi minha aluna na EE. Prof. Genésio de Assis. Hoje, ela é dentista, formada pela FOA. Menina inteligente, dedicada. 
Nas épocas românticas do PT em Araçatuba, Cridão era o pintor-mor do partido. Alguém precisava de uma faixa, o Cridão fazia. Um desenho mais requintado, peça para o Cridão. Quem pintava aqueles painéis bonitos nos muros na campanha eleitoral de 1988, ele, lógico!   

Uma frase do Cridão, reproduzida na entrevista de quarta-feira no Caderno 2 da Folha Região, me chamou a atenção: “Nada melhor do que observar como culturas tão diferentes como a brasileira e a japonesa se encaixam”.
É verdade, se encaixam mesmo. Eu sou a melhor testemunha. 

Nenhum comentário: