AGENDA CULTURAL

4.11.11

Grupo Corda & Voz - Araçatuba


Dainel Freitas

O Canal do Youtube traz novas postagem, desta vez do Grupo Corda & Voz de 1982. Este grupo se apresentou várias vezes em rede nacional (Rede Globo) no Programa Som Brasil cujo apresentador era Rolando Boldrin, seguem apresentações no Hotel Maksoud Plaza e também realizou mais de 50 shows pelo SESC e SENAC de todo o Estado de São Paulo. Segue abaixo o histórico do grupo por Cid Mazzini.

CORDA E VOZ - SINA DE VIOLEIRO (RENATO TEIXEIRA) - 1982
CORDA E VOZ - PINGO D'ÁGUA (RAUL TORRES E JOÃO PACÍFICO) - 1982
CORDA E VOZ - PÉ DE IPÊ (TONICO E SEBASTIÃO DE OLIVEIRA) - 1982
CORDA E VOZ - IRMÃO DA LUA (RENATO TEIXEIRA) - 1982
CORDA E VOZ - FACA DE PONTA (ROLANDO BOLDRIN) - 1982
CORDA E VOZ - CHITÃOZINHO E XORORÓ DE ATHOS CAMPOS E SERRINHA - 1982

Corda & Voz – Histórico do Grupo

Uma grande experiência em termos de grupos musicais viria a acontecer no Senac, a partir de 1981. Como um conjunto anterior lá existente, chamado Som Senac, se dissolvera por problemas de disponibilidade de tempo dos músicos para ensaios e apresentações, o diretor da entidade, José Ildefonso Martins, resolveu propor a criação de um grupo musical que contasse somente com funcionários da casa, justamente para contornar os problemas encontrados na proposta com o Som Senac. Isso, de certa forma, foi até fácil de fazer, porque várias pessoas do quadro de servidores tinham algum tipo de talento musical e dominavam algum instrumento.

Álvaro Roberto Ruas Teixeira, por exemplo, ficou encarregado dos solos vocais e de percussões leves; Arnaldo Matos empunhou o contrabaixo (na verdade, um violacho acústico); Waldemar Milanez Junior se incumbiu de tocar o violão de 12 cordas; José Ildefonso abraçou o violão de 6 cordas; e o Mazzini optou pela viola caipira, com 10 cordas, para fazer os solos, instrumento que até hoje guarda com carinho.

O grupo recebeu o nome de Corda & Voz. O primeiro impacto veio logo depois da formação do conjunto, no início de 1981, com um convite do programa Som Brasil, da Rede Globo de Televisão, apresentado por Rolando Boldrin, para fazer uma gravação na atração, que ia ao ar aos domingos, das 9 às 10 horas e era transmitido em rede nacional para todo o país. Naquela oportunidade, os membros do grupo se emocionaram quando cantaram a canção “Pé de Ipê”, de Tonico e Tinoco, a primeira aparição que, depois, se seguiu de outras 12 vezes naquele mesmo programa. Além disso, o conjunto apresentou-se em outros canais, em São Paulo, e em outras cidades do Estado.

O professor Mazzini conta que o convite para ir a São Paulo muitas vezes partia do próprio Rolando Boldrin, que mantinha um contato muito próximo e constante com os músicos que iam ao seu programa. A Globo patrocinava as viagens em aviões e instalava os músicos convidados no Othon Palace Hotel, na Praça do Patriarca, em São Paulo, de onde eram levados por uma Van para os ensaios, à tarde, no Teatro Célia Helena, no bairro da Liberdade, e de volta, à noite, para as gravações, feitas sempre nas segundas-feiras.

Mas o Corda & Voz não ficaria restrito apenas às apresentações na TV e aos shows que fazia em Araçatuba e cidades vizinhas. Logo depois da primeira exibição na TV Globo, surgiu a proposta de lançar um disco long-playing. O álbum foi gravado no início de 1982, em uma semana, no Estúdio Eldorado, instalado no prédio da antiga sede do Jornal O Estado de S. Paulo, na Rua Major Quedinho, em São Paulo. O texto da contracapa ficou a cargo do próprio apresentador, Rolando Boldrin, que acabou figurando como uma espécie de “padrinho do grupo”. O álbum reunia composições do cancioneiro caipira brasileiro, mantendo a identidade das canções, mas conferindo a elas uma nova leitura e roupagem, inclusive a adoção de harmonia com até quatro vozes.

O disco foi lançado no Bar Engenho & Arte, na capital paulista, em uma noite de gala. Várias homenagens foram prestadas aos integrantes do grupo, que fez um show memorável naquela noite, entre as quais a entrega de um ramalhete de flores enviado pelo publicitário Carlito Maia, à época executivo do alto escalão da Rede Globo, em São Paulo. O Engenho & Arte era um conhecido reduto de bons músicos, que se apresentavam no piano de cauda existente no local ou tocando outros instrumentos ou ainda cantando e que transformaram o bar em uma espécie de ponto de encontro de artistas.

Uma segunda e importante apresentação em São Paulo ocorreu no teatro do Hotel Maksoud Plaza, também para a apresentação do disco gravado. Mazzini lembra que ficou emocionado ao pisar no palco onde seria realizado o show, pois fora o mesmo lugar onde esteve Frank Sinatra, quando este se apresentou naquele hotel, em São Paulo. A ocasião foi tão solene, que todos os integrantes do Corda & Voz foram convidados a levar suas esposas para ver o espetáculo e depois pernoitar no hotel, o que de fato aconteceu.

Depois da apresentação do LP na capital, o grupo Corda & Voz fez shows para o lançamento do álbum em todas as unidades do Sesc e do Senac no Estado de São Paulo. Foram cerca de 50 apresentações. Em Araçatuba foram feitas exibições no auditório do próprio Senac, no Empório Musical, no Rotary Clube e em várias agremiações e outros locais da cidade.

O Corda & Voz passou por algumas substituições de integrantes em sua existência, que durou por 10 anos. Assim, em um certo momento Álvaro Roberto Ruas Teixeira se afastou porque passaria a estudar para concurso e morar doravante em São Paulo; Waldemar Milanez e José Ildefonso também optaram por sair. Para ocupar os lugares vagos, os componentes que permaneceram chamaram o músico Damião Bento Gonçalves e o então empresário Artur Costa Neto, ex-integrante do Conjunto The Yellows, também comentado nesta obra.

Artur, além de cantar, tocava tumbadora e contava piadas nos shows; Damião, embora fosse um excelente baixista, foi encarregado de tocar o violão de 6 cordas, uma vez que Arnaldo Matos, contrabaixista, continuara a fazer parte do grupo. Em um outro momento, mais adiante, integrou-se ao Corda & Voz o músico Marcelo Amorin, que incorporou os teclados ao trabalho do grupo. Além dele, também integrou o grupo o baterista Oswaldo Martins, em uma fase em que o grupo resolveu incluir ritmos bem marcantes ao seu repertório.

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