AGENDA CULTURAL

16.5.11

Estrangeirismo - devemos reprimir o uso de palavras estrangeiras?






Sim. A História nos ensina que a imposição da língua é uma firma de dominação de um povo sobre outro. O es­trangeirismo abusivo é lesivo ao patrimônio cultural e está promovendo uma verdadeira descaracterização da língua portuguesa. Nosso idioma oficial passa por uma transfor­mação que não se ajusta aos processos aceitos de evolu­ção das línguas Que obrigação tem um brasileiro de en­tender que uma mercadoria on sale está em liquidação?
Aldo Rabelo, deputado federal (PC do B -SP) e autor do projeto de 1ei que restringe o uso de estrangeirismos.

Não. As pessoas que pensam que a língua brasileira está ameaçada com a entrada de palavras estrangeiras — como ocorre com o vocabulário da informática, das finanças e dos esportes - não observam a aplicação dos estrangeiris­mos. Quase sempre o importado aparece em coocorrên­cia com um equivalente nacional, sinal de que os falantes estão experimentando para ver se ficam com a palavra de fora ou se vão simplesmente descartá-la.
Carlos Faraco, da Univ. Federal do Paraná, organizou o livro Estrangeirismos: Guerras em Torno da Língua

Não. O estrangeirismo é essencial. Negar a influência de um idioma sobre outro é negar a natureza de todas as lín­guas. Cerca de 70% das palavras do português vêm do la­tim e o restante, de outros idiomas. Apesar da luta dos pu­ristas de todas as épocas, as línguas vivem em constante aprimoramento. Ainda assim, acredito que uma eventual estratégia de defesa do idioma não deveria ser feita por decreto, mas pela melhoria do sistema educacional.
Francisco Marto de Moura, autor de livros didáticos de Língua Portuguesa

Não. Podemos importar palavras, mas adaptá-la ao nosso sistema ortográfico. Deixá-las  na ortografia estrangeira é subserviência  cultural. Exemplos: show - xou; whisky - uísque; shapoo -xampu. Hélio Consolaro, professor de Português,  blogueiro.

Um comentário:

Gabriel Araújo dos Santos disse...

Aleluia! Enfim, apresenta-se-me uma cabeça iluminada!
Um absurdo aconteceu há pouco tempo, foi na cidade de Americana. Sinalizaram uma rotatória com o idioma em inglês, tudinho mesmo, até o termo retorno! Não deu outra, gritaria geral. Imperou o nosso idioma, "culto e belo"!

Eu, menino ainda, recordo-me de que um dia, ao chegar a casa, mostrei meu papagaio (pipa} ao meu pai, e no meu entusiasmo usei a expressão tão em voga ali no lugarejo, que se via apinhado de americanos, que à moda de cachorros perdigueiros farejavam as riquezas minerais do solo pátrio. Meu pai ficou bravo comigo quando ouviu o meu "big", passando-me a maior descompostura.